domingo, 2 de maio de 2010

A viagem 2


"Navegar é preciso".
Lembro-me desta frase sendo explicada em alguma aula na faculdade. Quem disse? Não me recordo. Mas, a explicação esclarecia que o "preciso" nesta fala, era sinônimo de exato, acertado.
Me ponho a pensar nas acepções da palavra preciso para essa sábia frase e, ao mesmo tempo, penso nos navegantes de outrora e na inquietação que os fazia desbravar os mares em busca de novas terras.
Menos pretensioso do que estes, me sinto inquieto. Tenho me sentido inquieto assim por anos. Qual um navegante que retorna de sua última empreitada e, depois de um tempo se sente pronto e desejoso pelo reinício, preciso partir mais uma vez.
Mudar é intrínseco ao ser humano, mas, é bem verdade que o ser humano moderno distanciou-se do que é intrínseco de quase todas as formas possíveis e nesse compasso, vejo pessoas estagnadas e apáticas diante do fracasso de suas vidas miseráveis e mornas.
Uma cidade grande já foi uma mudança almejada na minha vida, viver no exterior já foi uma mudança almejada na minha vida e se seguisse ritmo crescente, plutão seria o próximo alvo inatingível que almejaria.
Mas, a mudança não segue um ritmo crescente, ela é providencial.
Eu mudo para satisfazer os apelos da minha psiqué entediada.
Ou mudo para justificar a situação de iniciante e/ou amador que me perpassa através dos anos?
Navegar é necessário, parodio.
Já deu pra mim, vulgarizo.
Fui, laconizo.

2 comentários:

Darlan disse...

Eu conheço bem dessas vontades, e digo que, satisfazê-las é o melhor remédio para aquietar a alma.

Gostei do texto e da objetividade ;P

Unknown disse...

Me identifico com essa reflexão, já que fiz mudança semelhante... lugar nenhum do mundo nos satisfará por completo... cada vez mais acredito no maldito clichê d'O Alquimista de Paulo Coelho... blah, blah, blah,seu tesouro tá dentro de você...