Chega a ser angustiante que a ciência não consiga explicar todas as regras da psiqué humana para o amor. Você pode compreender algo sobre a velocidade em que o sangue corre nas suas veias ou com que o seu coração bate em frente da pessoa amada, mas nunca... nenhuma coisa sobre o comportamento adotado pelos casais apaixonados.
Uma das situações mais desconfortáveis que consigo imaginar é estar na presença de lovebirds. Não é o mero fato de se sentir um candelabro à mesa... os candelabros devem se sentir muito bem, eles não tem olhos nem braços. Nós, reduzidos à condição de "vela" não sabemos o que fazer com eles (os braços e os olhos) no momento em que beijinhos e carícias parecem ser lançados contra você, indicando a completa inutilidade da sua existência momento.
Não se sabe pra onde olhar, e dois braços inteirinhos, enfeitados com dez dedos parecem demais pra alguém que não tem nada pra fazer com eles. Ora, se ao menos uma conversa a três estivesse acontecendo, podería-se gesticular e apontar pra alguma coisa, mas no momento em que uma endoscopía sem aparelhagem acontece bem na sua frente, como não parecer perplexo? Eu sugiro a criação de um código de conduta de namorados na frente de amigos desacompanhados.
Como se estar solteiro e tão constrangido a ponto de desejar se teletransportar não fosse traumático o suficiente; ainda corre-se o risco de perder um amigo. Sim, porque existem pessoas que, depois de terem seus batimentos e pulsação acelerados, alcançam o nirvana e abandonam completamente os seus eus pra dedicarem-se a um eu que, nem sempre, é seu.
É quando 1+1=1. Não se sabe bem porquê mas, os lovebirds (leia-se: siameses) agem como se seu parceiro ou seu relacionamento fosse a derradeira fonte de prazer e único papel a ser exercido em suas vidas. Eles não andam mais em carros separados; não vão mais ao cinema só com os amigos, caso a outra parte não possa fazê-lo; não ligam para os amigos durante a semana e nem chamam no msn. Também, não deixam mais scraps, nem visitam sua casa. É a relação siamesa sem as articulações e tecidos compartilhados. Possível cirurgia de separação dos corpos? Sequer considerada uma possibilidade.
É nesse momento; o do vislumbre da união de "longevidade eterna" ( Deus, isso existe?) e auto-suficiente, que os velhos, bons e leais amigos são deixados orfãos. Orfãos, quando a avaliação é muito favorável, porque, a depender da avaliação que um dos siameses faz a seu respeito, corre-se o risco de ser considerado uma ameaça ao relacionamento sob a acusação de posse ou divulgação inapropriada de idéias subsersivas contra a sacracidade do matrimônio e, ainda, você pode ser alvo de compaixão e ter que ouvir frases do tipo: "Oh, você vai encontrar alguém também". Como se isso fosse o equivalente a ter hanseníase e acabar de descobrir que existe cura. Conselho: Reprima seu orgulho e desejo de dizer: "Quem disse que eu preciso encontrar a lguém?" Isso seria fatal.
Esse é o mais odioso e injusto provocador de vômitos dos relacionamentos modernos e o pior é que você tem que ajudar no pós-operatório porque a cirurgia de separação sempre acontece. Ou pelo menos, uma fissura que carece de curativos. É quando você pára de ser punido por ser solteiro e começa a ser usado como psicólogo e acompanhante e espera até o próximo descarte.
Please, get a room!
6 comentários:
Hum... Eu sentí um tom de "Hey, to mandando um recado pra você, amigo filho da P***" rsrsrsrsrs
Brincadeira...
Mas é uma merda mesmo casal apaixonado que não se toca da existência dos outros, principalmente dos amigos.
Não posso falar muito e me fazer de hipócrita, pois até de país eu vou mudar por causa de um grande amor. Não dá pra explicar muito né? Quem ama perde muito a racionalidade e o sentido das coisas, e meio que inconscientemente até o mais inveterado solteirão tem uma vontade de encontrar alguém e viver o comportamento estereotipadamente monogâmico da nossa sociedade! Eu tô nessa! rsrssrs
É, concordo!
Ja passei por isso, é horrível, hj em dia acredito que superei um pouquinho(kkk), evito sair com pessoas que extrapolam nesse sentido (Vela ninguem merece!)... Acho que quando a gente está seguro do que somos e do que queremos principalmente, não nos importamos com essas pequenas coisas...( a não ser q exista um ciuminho do amiguinho), até por que isso sempre vai acontecer, as vezes pode ser vc, as vezes seu amigo... sempre existe um casal q irá nos fazer de vela, e depois qdo a paixão acabar e os defeitos superarem a ilusão, "eles"(amigos) retornam e nós os consolamos kkkkkk
Eu ja senti ciúme de amigo kkkk quem diria... kkkkkk
Impressionante como as pessoas vivem isso, ao pé da letra, sem considerar a presença dos outros ao seu redor!!!! Mas a vida não para, temos que continuar a luta!!!
Hahaha!
Muit bom o texto cara, uma crônica super atual e necessária.
É exatamente assim que acontece. Se existe uma situação constrangedora, é ficar de vela. E quando o casal é o "top nonsense" que dá aqueles beijos de 10 minutos? São os piores... rs
O pior de tudo é quando todos amigos começam a namorar evocê começa a ficar sem companhia pra sair. Pessoas que só falam do namoro também é um porre... enfim. Gostei do texto! Abraço!
au revoir!
Axo q foi demasiado e que vc exagerou bastante nos acontecimentos.
Meu cu Alex!! kkkkkk
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